“Em uma sociedade que nos ensina a vergonha, o orgulho é uma resposta política.” – Carlos BJáuregui
O mês do orgulho é um momento para celebrar, comemorar e reconhecer a singularidade, diversidade e voz de cada pessoa, bem como a história da comunidade. Para a Globant, é o culminar de um compromisso durante todo o ano, porque queremos garantir que cada pessoa se sinta ouvida e reconhecida. Sabemos o quanto é importante conscientizar a comunidade LGBTQIA+ ouvindo suas histórias e necessidades e capacitando-os no seu ambiente de trabalho, dando-lhes visibilidade. Por isso, nós pretendemos ser aliados dessa comunidade dia a dia, dentro e fora do escritório.
Para esclarecer questões e tópicos importantes para a sociedade, conscientizar e convidar todos a refletir sobre como cada um de nós pode fornecer apoio a esta comunidade, a Globant lançou várias iniciativas, sessões e discussões globais durante o mês de junho. Uma das sessões, intitulada “Microagressões contra pessoas da comunidade LGBTQIA+ como base para outras formas de discriminação”, teve como foco definir e explicar a importância de identificar como participamos das micro agressões e como podemos mudar isso. Aqui estão alguns dos aprendizados da sessão liderada por Arturo Mercado Gurrola e Anush Grati da consultoria Nodos. Essa plataforma busca orientar as organizações para que vivenciem a diversidade com valor e um mundo mais inclusivo.
O que são microagressões?
São insultos, comentários ou observações hostis, depreciativos e prejudiciais, feitos intencionalmente ou não contra membros de um grupo marginalizado. Eles podem ser disfarçados como opiniões, piadas ou elogios. Também podem ser transmitidos como crenças de alguém sendo explicadas de forma condescendente aos outros. Além disso, os resultados destas fazem com que pessoas LGBTQIA+ LGTBIQIA+ se sintam invisíveis, diminuídas, indesejadas e rejeitadas. Em seu trabalho e título do livro, Tiffany Jana e Michael Baran definem microagressões como “Atos Sutis de Exclusão”.
Aqui estão alguns exemplos de microagressões:
- “Esta é apenas uma fase. Você vai superar isso.”
- “Você é muito bonita, não parece transgênero.”
- “Quem é a mulher do relacionamento?”
- “Você é muito viril, não parece ser gay.”
- “Pessoas trans não são ‘naturais’.”
Muitos de nós ainda estamos aprendendo o que são microagressões e estamos apenas começando a identificá-las, tomando consciência de como podemos estar atuando. A verdade é que, de uma forma ou de outra, todos nós geramos microagressões contra pessoas LGBTQIA+
Como a cultura desempenha um papel nas microagressões
Arturo Mercado Gurrola compartilhou que a cultura, em um momento sócio-histórico, é quem dita “o que é ruim, sujo, perigoso, impróprio, insalubre, pecaminoso, criminoso…”. Nesse sentido, as coisas que estão fora da norma devem ser excluídas, corrigidas, punidas ou ridicularizadas.
Raewyn Connell, renomada autora que explorou o conceito de masculinidade hegemônica em sua obra, explica que a hegemonia é algo que ninguém questiona e que toda a sociedade aceita como verdade. Então, o que está fora dessa hegemonia deve estar errado e tem que ser apontado, dando origem a construções que levam ao sexismo, machismo, misoginia, eurocentrismo, racismo, xenofobia, antissemitismo, classismo, ódio ou fobia em relação à comunidadeLGBTQIA+ , entre muitos outros.
Os estereótipos da comunidade LGBTQIA+ indicam uma separação da hegemonia cisgênero heterossexual e sexista e dão lugar a uma taxonomia de sutis atos de exclusão a partir dos quais se constroem microagressões. Esses incluem:
- Você é invisível;
- Você é inadequado;
- Você não pertence;
- Você não é normal;
- Você é uma ameaça;
- Você é um fardo.
Os danos que as micro agressões podem causar
Rita Segato, escritora, antropóloga e ativista feminista, diz: “A repetição da violência produz um efeito de normalização de uma paisagem de crueldade e, com isso, promove nas pessoas os baixos limiares de empatia indispensáveis ao empreendimento predatório”. Em seu “menor impacto”, as microagressões são atitudes tendenciosas e discriminatórias que estereotipam as pessoas. No entanto, em seu maior impacto, podem levar à discriminação, à violência motivada pelo preconceito e até ao genocídio.
Pegue um pedaço de papel, comece a amassar e jogue-o no chão. Mesmo que o pedaço de papel não rasgue, ele nunca mais será o mesmo. O mesmo acontece quando você insulta e abusa verbalmente de alguém; essa pessoa pode sobreviver, mas nunca mais será a mesma. O dano está feito.
Para uma pessoa, às microagressões têm um impacto substancial, físico, psicológico e emocional, que podem resultar em depressão, ansiedade, estresse, baixa autoestima e até levar a feridas mais complexas, como autodiscriminação e estresse de minorias (EM), e desamparo aprendido.
Também devemos levar em consideração que as micro agressões podem impactar o ambiente de trabalho ou escolar, até mesmo as famílias e os vínculos sociais, transformando-os em lugares e experiências hostis que fazem com que as pessoas se alienem e se isolem de determinados círculos e circunstâncias para evitar o bullying.
Arturo Mercado Gurrola compartilhou os resultados de uma pesquisa respondendo à seguinte pergunta: Você sofreu assédio, violência e discriminação por ser LGBTQIA++ em seu local de trabalho no último ano?
A resposta “sim”:
- 52% da comunidade LGBTQIA++ com deficiência;
- 47% dos que fazem parte ou são descendentes de uma cultura indígena ou nativa
- 47% de afrodescendentes.
O que você pode fazer para evitar microagressões
- Pergunte sobre os pronomes.
- Esteja ciente de suas brincadeiras e provocações.
- Se alguém compartilhar algo sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero com você, não divulgue, essa pessoa confiou em você.
- Se você está desconfortável, pergunte a si mesmo por quê.
- Verifique sobre seus preconceitos acerca das pessoas LGBTQIA+
- Aprenda sobre esses tópicos.
- Compartilhe experiências com esta comunidade.
- Se você gerar uma microagressão, reconheça o impacto, tente consertar a situação e peça desculpas.
- Levante a mão ao testemunhar microagressões contra pessoas do gênero LGT BIQIAN.
- Expresse empatia e compaixão.
No marco do mês do Orgulho, a mensagem da Globant é clara em cada um dos esforços, sessões e iniciativas: Deixe seu orgulho ser uma inspiração e vamos continuar construindo um lugar mais diversificado, igualitário e inclusivo para todos. Convidamos cada Glober a se juntar a esse esforço e aumentar a conscientização.
Confira nosso infográfico para saber mais sobre microagressões.