A inteligência artificial (IA) está mudando a nossa maneira de viver, de diversas formas. Está melhorando a eficiência em muitos setores, como produção, logística ou serviços financeiros. Também está ajudando a melhorar a saúde, permitindo a análise de grandes quantidades de dados e o diagnóstico precoce de doenças, ou permitindo uma maior automatização em casa e no trabalho.
A maneira como consumimos informações ou aprendemos é semelhante. Desde o advento da Internet e dos mecanismos de busca, a maneira como encontramos e processamos informações tem evoluído, e isso aumentou com a implementação da inteligência artificial a esses mecanismos. Por exemplo, os sistemas de recomendação com base em IA têm ajudado os usuários a encontrar conteúdo de interesse.
Há também o surgimento de ferramentas que geram conteúdo com AI em formato de áudio, imagem ou texto, em que os usuários podem consumir informações de uma maneira muito mais personalizada, interativa e amigável, o que evoca um antigo debate sobre como o sistema de ensino se adapta às mudanças geradas pela tecnologia.
O sistema educacional tradicional focava na memorização de informações, o que era muito útil quando encontrar informações demandava muito tempo e muito trabalho. Agora, com ferramentas como chatbots, onde posso descobrir a resposta para perguntas complexas de forma rápida e direta, memorizar não faz mais muito sentido. Tanto que, por exemplo, em janeiro deste ano, as escolas de Nova York proibiram o uso do chatGPT porque “os alunos podem colar nas tarefas ou avaliações”.
Outro desafio desse novo paradigma é o da alfabetização de dados. Atualmente, estamos constantemente expostos a mecanismos de inteligência artificial, mas muito raramente compreendemos realmente como eles funcionam, ou inclusive que estamos expostos a eles. A alfabetização de dados permite que as pessoas tomem decisões informadas e utilizem os dados de forma ética e responsável. Neste contexto, torna-se cada vez mais essencial saber realmente como tudo funciona, de forma a compreender se a resposta está certa ou errada, e se a resposta tem ou não vieses.
Todos esses desafios geram muito outros para as pessoas que ocupam cargos de tomada de decisões. Por isso, é necessário contar com líderes ágeis, com uma alta capacidade de adaptação, que sejam pessoas com uma abordagem em que refletir, repensar e readaptar sejam ações cada vez mais comuns. Para isso, as organizações precisam ter líderes que possam inspirar e promover um aprendizado que seja específico e relevante para os objetivos estabelecidos, e que acompanhe a empresa nas respectivas fases de desenvolvimento ou crescimento.
Poderíamos listar muitos outros desafios, mas essas tecnologias oferecem uma quantidade imensa de muitas outras oportunidades. A utilização dessas ferramentas para ensinar permite a criação de instâncias mais interativas, imersivas e personalizadas para que todos possam, realmente, tomar posse das informações e criar novos conhecimentos. Além disso, elas permitem que as pessoas se concentrem no propósito e no objetivo, de forma a dar continuidade à busca de diferentes soluções para as questões mais importantes que a humanidade enfrenta.
A adoção de tais ferramentas é um fato e resta apenas uma pergunta: como elas podem ser utilizadas para melhorar as experiências de aprendizagem das pessoas, e suas habilidades?
Na área de Learning, Diversity, Equity & Inclusion, nós nos dedicamos ao desenvolvimento de tecnologias de aprendizagem. O nosso compromisso está centrado em aproveitar o conhecimento existente na empresa e na comunidade por meio da utilização de tecnologias exponenciais, como a inteligência artificial.
Por exemplo, este ano, desenvolvemos um mecanismo de busca e recomendação de IA para personalizar a experiência de todos no Campus. Também desenvolvemos outra função de IA para impulsionar as experiências de aprendizado individual. Descobrimos que os Globers consideram as reuniões individuais como um dos formatos de aprendizagem mais eficazes e que 50% não conhecem, na empresa, especialistas nos temas de interesse.
Ao reconhecer que a falta de tempo é o principal obstáculo à aprendizagem, também constatamos que 87% dos Globers passariam mais de 1 hora por semana em reuniões individuais para aprender e ensinar. Esse conhecimento, combinado com a tecnologia, deu origem a uma nova ferramenta: Learning Match, um mecanismo de inteligência artificial que, com base nos dados históricos dos usuários sobre o que querem ensinar e aprender, recomenda “correspondências” com outras pessoas na empresa para facilitar as reuniões individuais e impulsionar a comunidade de aprendizagem.
Esses são apenas alguns exemplos de como podemos utilizar a tecnologia para melhorar as experiências de aprendizagem, promover a criatividade e reinventar o setor e a humanidade.