O mundo dos jogos ainda é uma indústria dominada por homens, mas as coisas estão começando a mudar. Em 2020, 47% de todos os gamers e 48% dos mobile gamers eram mulheres. Estamos começando a ver uma mudança significativa nas iniciativas, projetos e investimentos nesta indústria. Um exemplo veio depois do #GamerGate, quando a Intel prometeu $300 milhões para um programa intitulado ‘Diversidade em Tecnologia’. O bullying online, exemplificado pelo #GamerGate, levou as mulheres a exigirem uma cultura de jogo mais inclusiva, ao mesmo tempo que aumentava a conscientização sobre um problema que é visto repetidamente na indústria.
Outras instâncias são o programa Women in Game Ambassador, um programa mundial que apoia mulheres e meninas a desenvolverem uma maior compreensão sobre essa indústria, com o objetivo de dobrar o número de jogadoras mulheres nos videogames. #RaisetheGame, pede às empresas que criem ambientes de trabalho inclusivos. O Emerald Team da Globant é outra estratégia para acelerar a mudança cultural para as jogadoras femininas, centrado na inclusão, diversidade e inspiração.
2021, o ano em que o Globant Emerald Team nasceu
O Emerald Team é a divisão de esportes eletrônicos da Globant, uma equipe de jogos profissionais que incentiva talentos masculinos e femininos a iniciar uma carreira nos esportes eletrônicos. Inclui treinadores profissionais e jogadores que competiram no jogo online, League of Legends (LoL) ao longo deste ano, e na última temporada da Liga de Videojuegos Profesional (LVP) na Argentina.
Camila Paludi e Valentina Ortells, mulheres que fazem parte do Emerald Team
Camila Paludi tem 21 anos e foi recrutada para o Globant Emerald Team em 2020, o que a levou a se tornar a primeira mulher na América Latina a ser uma esports Mid Laner. Treinando de 10 a 12 horas por dia, seu sonho é se tornar uma jogadora profissional de esportes eletrônicos.
Valentina Ortells aprendeu a jogar LoL por streaming. Ela está construindo sua carreira como jogadora profissional de esportes eletrônicos, ao mesmo tempo em que se forma em Direito. A seguir, elas compartilham suas experiências, perspectivas e obstáculos para se tornarem parte da indústria dominada por homens.
Entrando no mundo dos jogos
Camila: “Recusei a oportunidade de estar em outras equipes porque por ser a única mulher, senti que poderia haver muita pressão e julgamento sobre mim. Me senti mais confortável começando na Isurus, uma liga exclusivamente feminina, que era onde eu estava antes da Globant”.
Valentina : “Comecei nas ligas femininas para subir meu nível. O mundo profissional é, de certa forma, dominado pelos homens, mas organizações como a Globant, reconhecem o talento e proporcionam um espaço seguro para as mulheres se desenvolverem e crescerem, criando inclusão entre homens e mulheres ao invés de divisão, para que as mulheres possam mostrar suas habilidades”.
Tornando-se parte de uma equipe conjunta
Camila: “O nível de desempenho é maior na equipe com homens, porque o talento das mulheres ainda está subdesenvolvido, então você tem que focar em si mesma para acompanhar. Quando comecei no Emerald Team, estava muito ansiosa e precisava cuidar da minha saúde mental, emocional e física para ser a melhor jogadora que pudesse ser. A Globant me permitiu ter acesso gratuito ao suporte da minha saúde mental”.
Valentina: “Às vezes, no mundo dos jogos, eles te perseguem só pelo simples fato de ser mulher. Felizmente, houve muito progresso nos últimos 2 anos. A Globant representa um refúgio seguro onde podemos apenas nos concentrar em jogar e receber total apoio dos seus companheiros da equipe e da equipe técnica”.
Como estratégia para evitar bullying ou assédio, às mulheres às vezes disfarçam seu gênero usando pseudônimos e avatares neutros.
Obstáculos que as mulheres enfrentam no mundo dos jogos
Camila: “É a pressão de jogar e ser atacada por ser mulher. Resiliência e auto confiança são necessárias, pois ajudam a controlar a frustração”.
Valentina: “Há chauvinismo e sexismo em todas as esferas, mas na indústria de jogos dentro da internet, há uma exposição mais ampla, tornando o ódio e o cyberbullying contra as mulheres mais acessíveis. Não está relacionado à maneira como você joga, mas ao fato de que você é uma mulher, então você precisa ignorá-lo”.
As mulheres enfrentam três vezes mais assédio do que os homens quando jogam online.
O futuro da indústria de jogos
Camila: “A Globant está reinventando o jogo, aumentando o número de mulheres que entram no e-sports. Hoje existem mais times e torneios femininos do que há dois anos, e com o passar do tempo estamos ganhando mais espaço”.
Valentina: “Quando comecei a jogar, não tinha um bom nível, havia medo e conflito. Agora, as ligas femininas estão em um nível melhor, são mais sérias e estão tornando o cenário mais amplo. Muitas jogadoras irão longe e continuarão aumentando seu nível no LoL”.
Um suporte adequado impulsiona a reinvenção
Camila: “A Globant me concedeu recursos vitais (psicóloga, academia, equipe técnica, companheiros de equipe, um espaço de escritório) para desenvolver minha carreira, permitindo-me apenas jogar e melhorar. Fui tratada como igual pelos meus companheiros, que em minha trajetória me ensinaram muito. Minha autoconfiança cresceu com o incentivo, o que é importante quando você é uma mulher que está começando”.
Valentina: “A Globant me deu tudo que eu precisava para que pudesse me concentrar em jogar. Aprendi muito sobre LoL em pouco tempo, melhorei significativamente e ganhei reconhecimento como alguém com talento, deixando de lado o preconceito e permitindo que minhas habilidades falassem por si mesmas”.
Conselhos para outras mulheres e meninas que estão começando
Camila: “Estude uma streamer com paixão, invista tempo e faça exercícios para liberar o estresse. Esqueça o que eles vão dizer sobre você nas redes sociais. Concentre-se em você mesma, ganhe autocontrole e auto consciência, e você passará de amador a profissional”.
Valentina: “Estabeleça pequenas metas e que sejam progressivas. Ignore tudo que não está servindo a você para alcançá-las. Entre em todos os torneios, ligas, times que puder para continuar melhorando, tudo ajudará”.
A indústria de esportes eletrônicos, o metaverso e Cathy Hackl
O e-sports é uma porta que oferece oportunidades para mulheres na indústria de tecnologia, ajudando-as a descobrir e abraçar a educação e oportunidades STEM. O metaverso é um termo já conhecido na indústria de esportes eletrônicos, onde as pessoas o usam para descrever a interação entre os personagens do jogador. É visto por muitos como o próximo passo na evolução da internet, acelerado pela pandemia conforme as pessoas que ficam em casa buscam acessar experiências online mais realistas.
“A ideia do metaverso é que ele criará novos espaços online nos quais as interações das pessoas possam ser mais multidimensionais, onde os usuários podem mergulhar no conteúdo digital em vez de simplesmente visualizá-lo.”
A indústria de esportes eletrônicos representa uma mudança de mentalidade poderosa que se conecta ao metaverso perfeitamente, em termos de exploração de competitividade, acessibilidade e engajamento, integrando jogos com mídia social. Plataformas renomadas como Twitch e Discord, já estão entregando novas experiências visuais digitais, remodelando, gamificando e redefinindo-as por meio da tecnologia e da internet.
Cathy Hackl, uma importante especialista em tecnologia, é reconhecida como a madrinha do metaverso. Ela é uma autoridade em realidade aumentada (RA), realidade virtual (VR) e computação espacial e também é uma inspiração para outras mulheres em STEM, por ter um impacto profundo em uma indústria dominada por homens. Não perca a chance de ouvir Cathy Hackl no Converge, o evento estrela da Globant focado no poder da reinvenção, que acontecerá no dia 10 de novembro.