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Recentemente, no HETT Show em Londres, participei de um painel de especialistas que explorou uma questão vital: “Inovação vs. Implementação: a tecnologia digital está realmente ajudando nossa força de trabalho?”
A discussão reforçou uma percepção crucial: a inovação significativa na área da saúde não se resume a introduzir novas tecnologias, mas sim a projetar experiências que funcionem perfeitamente tanto para a equipe quanto para os pacientes. Uma ideia poderosa que surgiu foi o conceito de levar o conhecimento e a experiência dos parques temáticos para os hospitais.
Isso não significa adicionar entretenimento. Trata-se de trazer o domínio do entretenimento em design de experiência, orquestração e antecipação para a área da saúde, criando jornadas que pareçam fluidas, reconfortantes e profundamente humanas. Hospitais onde a informação flui sem esforço, os pacientes se sentem guiados e valorizados, e a tecnologia apoia discretamente cada etapa do cuidado.
Concebendo os cuidados de saúde em torno das jornadas humanas
Imagine um hospital onde um único aplicativo orquestra toda a jornada do paciente, desde o check-in até a recuperação, mostrando para onde ir, o que vem a seguir e o que esperar. Os pacientes poderiam fazer perguntas sobre procedimentos ou riscos e receber respostas contextualizadas e validadas, apresentadas em um tom e estilo que correspondam às suas preferências. Eles teriam acesso a informações confiáveis e personalizadas sobre sua condição e opções de tratamento, capacitando-os a tomar decisões com confiança e tranquilidade.
Para os médicos, os benefícios são igualmente transformadores. Sistemas inteligentes poderiam otimizar agendas em tempo real, priorizando casos urgentes sem sobrecarregar as equipes. Painéis poderiam integrar o histórico médico de um paciente com diagnósticos recentes, sugerindo as melhores ações subsequentes e possíveis exames. Assistentes digitais poderiam prever riscos, automatizar verificações de procedimentos e exibir alertas críticos antes que um problema se agrave.
Ao incorporar inteligência aos fluxos de trabalho, elimina-se o atrito e os profissionais clínicos podem se concentrar no que a tecnologia não pode substituir: o julgamento humano, a empatia e o cuidado. Quando a tecnologia se alinha aos processos humanos, os hospitais se tornam mais seguros, mais eficientes e menos estressantes para todos os envolvidos.
Aprendizagem intersetorial e IA como facilitadora
Podemos nos inspirar em setores que já dominam o design de experiência. Por exemplo, o trabalho da Globant com visão computacional para segurança em atrações oferece um paralelo relevante. Reimaginada para a área da saúde, essa mesma capacidade poderia acelerar os tempos de resposta hospitalar, monitorando de forma inteligente as áreas dos pacientes e detectando anomalias ou sinais de mal-estar.
Da mesma forma, a lógica por trás do uso do histórico de visitantes para recomendar atrações em um parque temático pode ser traduzida em orientações personalizadas para pacientes. Ao adaptar as informações à patologia específica de um paciente, os hospitais podem ajudar as pessoas a entender sua condição, navegar pelas opções de tratamento e tomar decisões informadas que promovam uma recuperação mais rápida e uma melhor qualidade de vida.
Da tecnologia à transformação
Essa é a essência dessa mudança de paradigma na área da saúde: projetar sistemas baseados em empatia, clareza e conexão, tanto para pacientes quanto para profissionais.
Os pacientes vivenciam seus cuidados com maior confiança, acessam informações de maneira intuitiva e confiável e assumem um papel mais ativo em sua recuperação. Os profissionais de saúde obtêm suporte inteligente à tomada de decisões, fluxos de trabalho simplificados e dados unificados dos pacientes. O resultado é um sistema que funciona de forma elegante, centrado no ser humano, orientado por dados e sustentavelmente eficiente.
Na Globant, já estamos aplicando esses princípios combinando IA, engenharia de dados e design de experiência para ajudar organizações de saúde a reimaginar as jornadas de cuidado desde a sua origem. Não se trata de a tecnologia substituir pessoas, mas sim de ampliar a capacidade humana, para que cada interação na área da saúde seja fluida, reconfortante e genuinamente humana.
